O quarto halving do Bitcoin está sendo esperado para acontecer entre os dias 19 e 20 de abril de 2024. O evento chamado de halving acontece a cada 210 mil blocos, o que dá em média quatro anos, já que o intervalo de tempo entre cada bloco é de 10 minutos em média.
No código do Bitcoin está programado que a cada 210 mil blocos a emissão de novas moedas é reduzida pela metade. Assim, quando teve início a mineração, em 3 de janeiro de 2009, a cada bloco eram mineradas 50 unidades. O primeiro halving aconteceu em 28 de novembro de 2012, reduzindo a emissão para 25 unidades. O segundo em 9 de julho de 2016, diminuindo a emissão de novas unidades para 12,5 a cada bloco. O terceiro aconteceu em 11 de maio de 2020, reduzindo a emissão de novas unidades para 6,25 por bloco. Agora, no quarto halving, serão emitidas apenas 3,12 unidades por bloco.
Com a diminuição da emissão, a inflação monetária da moeda diminui a cada halving, o que costuma ter impacto positivo no ativo ao longo do tempo.
O Bitcoin, por ser um ativo escasso, somado à diminuição da oferta de novas unidades a cada halving, tende a ter o seu preço aumentando ao longo do tempo em relação à moeda fiduciária, pois a demanda pelo ativo aumenta enquanto a sua oferta é limitada, já que foi programado para ter no máximo 21 milhões de unidades, com a emissão das últimas novas unidades prevista para o ano de 2140.
Ninguém pode garantir que o comportamento do preço do Bitcoin, no quarto halving, repetirá o padrão dos eventos anteriores, já que agora há novos players no mercado, a exemplo das empresas de gestão de ativos de grande porte, tais como Blockrock, Fidelity, Valkyrie, WisdomTree, VanEck, Invesco e Galaxy, Grayscale, ARK Invest e 21Shares.
Porém, pelas características do ativo, que são a escassez, a descentralização, a distribuição da blockchain por milhares de nodes situados em diversas localidades do mundo, e a incapacidade dos governos de bloquearem o ativo na blockchain, a busca pelo ativo tende a ser crescente ao longo dos anos, especialmente pela perda da confiança no dólar americano que vem se agravando nos últimos anos.
Tudo indica que o Bitcoin está se tornando um ativo consolidado, apesar de existir há apenas 15 anos, despertando o interesse dos agentes do mercado financeiro tradicional. No Brasil, o Banco do Brasil apareceu, nos últimos dias, como um grande comprador do ETF spot emitido pela gestora Blackrock, nos Estados Unidos. Quem antes desdenhava do potencial da moeda eletrônica, agora está alocando parcela dos ativos dos seus clientes nos ETFs, em uma movimentação visando a preservação do patrimônio frente à inflação, já que o Bitcoin é o único ativo existente que não é inflacionário.
Acompanhemos o comportamento do Bitcoin após o quarto halving. O que parece consenso no mercado é a valorização futura e contínua do ativo em relação às moedas fiduciárias, mormente pelo fato dessas estarem sendo emitidas em grande escala pelos governos para pagar as suas obrigações, inflacionando a oferta monetária, tendo como consequência a perda do poder de compra da moeda.