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Itaú tem criptoativos em seu balanço?

O Itaú Unibanco Holding S.A. divulgou o resultado do 2º trimestre de 2024 – 2T24, reportando resultado recorrente gerencial de R$ 10,072 bilhões, um aumento de 3,1% em relação ao trimestre anterior.

Na composição dos ativos do balanço tem um aspecto interessante, que pode demonstrar uma tendência no mercado financeiro tradicional. A inserção de ativos digitais criptografados. Em 31/12/2023 não havia registro desses ativos e em 30/06/2024 aparece registro de 1.725 ativos digitais criptografados. Não há menção de quais ativos específicos seriam esses, se ETH, BTC ou outro criptoativo.

O informativo para investidores do Itaú define ativo digital criptografado como sendo ativos que podem ser usados como meio de troca ou reserva de valor e são adquiridos para negociação.

A Itaú Digital Assets oferece acesso a Bitcoin – BTC e Ethereum – ETH, e oferta também custódia própria de criptoativos.

Essa é uma tendência mundial, a inserção de cripto, em especial BTC, no caixa das empresas financeiras, bem como a criação de produtos que envolvam BTC e ETH que facilitem a custódia das criptos, diante do desafio da autocustódia para grandes investidores.

A Blackrock se tornou, em 1º de setembro de 2024, a maior detentora institucional de Bitcoin, através da oferta de ETF Spot de Bitcoin, possuindo 357.509 BTC. Outras administradoras de recursos de terceiros também estão acumulando BTC, a exemplo de Fidelity, Grayscale, ARK etc.

A tese de investimento em BTC está fundada na sua escassez programada no protocolo, que limita a emissão total a 21 milhões de unidades. Já a moeda dos países, denominada de moeda fiduciária, não tem limite na sua emissão desde a quebra do padrão ouro. Assim, a cada dia que passa, a tendência da moeda fiduciária é perder poder de compra diante do aumento da sua oferta pelos países, enquanto que o BTC continua a cumprir o programado em seu protocolo, com a expectativa legítima de que só serão emitidas as unidades estipuladas em sua programação.

Diante dessa característica e da inflação do dólar, o BTC tem se tornado um ativo de proteção contra a inflação da moeda fiduciária, atraindo, nos últimos meses, a atenção de investidores institucionais.

Acompanhemos essa tendência e vejamos quais serão as próximas empresas a adotar BTC em seus caixas ou a oferecer produtos que envolvam o BTC à vista.

Fonte das ilustrações: Material de divulgação do resultado do próprio Itaú Unibanco Holding S.A.

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